METODOLOGIA







ABORDAGEM METODOLÓGICA
Em termos de metodologia que estamos adotando, os times incluem participantes com experiência no desenvolvimento do www.freedomnarratives.org e diversos outros websites relevantes que serão usados nesse projeto. Em termos de metodologia, nós estamos empregando o que estamos desenvolvendo, e temos provado conceitualmente através de uma organização de dados consideravelmente estendida com a qual pretendemos analisar seguindo os assuntos descritos acima. No contexto Canadense, nós iremos expandir o banco de dados do projeto Freedom Narratives de 2.000 para 200.000 indivíduos. O time Francês irá incorporar relatórios do comércio de escravos, de plantações do Caribe, e da presença de africanos na França. Os alvos serão as fontes francófonas, mas também materiais em Espanhol e Português.

Esses dados contém diversas referências de etnicidade e identidade na África Ocidental (especialmente no Senegal), no Caribe e na França. É também um exemplo de migração anterior para Europa. Para transformar o status e acabar com o silêncio nacional sobre escravidão, nós iremos incluir Portugal, Espanha e Itália. Da mesma forma, o Reino Unido possui registros do lado anglofônico sobre Africanos no comércio de escravos e em outros países que irão expandir o conjunto de dados e abordar questões demográficas, história política e econômica, etnicidade, gênero, racismo e o estudo da migração de escravizados. Para esse fim, nossa metodologia tem quatro componentes:

1) A pesquisa de fontes, ou seja a identificação e processamento de diversas formas de documentos primários;

2) Execução, que é a aplicação das nossas experiências tecnológicas em criar, expandir e combinar bases de dados para fins analíticos;

3) Análise, consiste na minuciosa análise de textos para abordar as questões de pesquisa em relação a origem de indivíduos, mecanismos de escravidão, os contornos da migração forçada, as implicações demográficas de migração, e a inter-relação entre experiências transatlânticas, saarianas e internas na África Ocidental, seus status e identificação étnica/linguística.

4) Interpretação, que é a reconsideração da história da África Ocidental e o contexto global de migração sobre a reavaliação de como a escravidão formou o panorama politico, econômico e social da África continental e infiltrou as áreas que receberam essa migração com influências culturais, tanto na África Ocidental, do outro lado do Atlântico e nos mundo Islâmicos.

REVISÃO DA LITERATURA
Essa proposta se desenvolve especificamente no projeto fundado pelo SSHRC “SHADD: Testimonies of Enslavement” e o repositório online digital de narrativas autobiográficas e dados biográficos de indivíduos Africanos reunidos no website www.freedomnarratives.org. Por meio do uso da mesma metodologia, é possível focar nos etnônimos e consequentemente no significado de etnicidade associado com os indivíduos no banco de dados biográficos que constitui o segundo pilar que sustenta essa aplicação, o projeto DATAS - Documenting Africans in Trans-Atlantic Slavery. Os projetos SHADD e DATAS estabeleceram a validação de conceito para reconstrução histórica através de dados biográficos e etnográficos. Nós demonstramos que os relatos biográficos podem ser reunidos e diferentes tipos de dados podem ser colocados juntos de modo a permitir a análise do contexto histórico e suas mudanças. Membros do time forneceram uma grande variedade de fontes incluindo anúncios de escravos em fuga, registros batismais e registros de escravizados retirados dos navios negreiros pela Marinha Real Britânica após a abolição Britânica do comércio de escravos em 1807. Essencialmente os projetos SHADD e DATAS focaram em inúmeros e variados tipos de dados, incluindo narrativas individuais que variavam em complexidade entre um único parágrafo e múltiplas e numerosas fontes. Os dados que têm sido acumulados são extensos. Como comprovação do conceito o projeto SHADD tem demonstrado que é possível analisar padrões demográficos no comércio de escravos da África Ocidental, especificamente sobre de onde esse indivíduos vieram, porque eles foram escravizados, o que aconteceu com ele, e muitas vezes a linguagem e etnicidade que esses indivíduos se identificavam.

Lovejoy e Schwarz tem colaborado no Projeto de Arquivos Públicos da Serra Leoa, apoiados pelo Programa de Arquivos em Perigo da Biblioteca Britânica, que tem resultado na digitalização de enormes quantidades de materiais sobre Africanos Libertos e os descendentes de Nova Escócia que moveram para Freetown nos anos de 1790. Materiais digitalizados são acessíveis no website da Biblioteca Britânica. Alguns dos dados que serão utilizados neste projeto estão no Arquivo Digital do Instituto Harriet Tubman, http://shadd.org. Além dos documentos sobre Africanos libertos, o Arquivo Digital inclui registros do governo colonial Britânico em Serra Leoa, registros judiciais e policiais, procedimentos jurídicos e registros de nascimento e morte. Também inclui mapas, fotografias, cartas e outros documentos ligados a escravidão e a diáspora Africana em arquivos na Nigéria, Canadá, Estados Unidos, Brasil, Cuba, Jamaica, Colômbia, e outros países. Sob direção de Paul Lovejoy, o website biográfico sobre a vida e período de Gustavus Vassa, também conhecido como Olaudah Equiano, que partiu da África Ocidental em 1754 como escravo, mas que posteriormente tornou-se um abolicionista na luta contra a escravidão; veja “Equiano’s World,” www.equianosworld.org, e com o estudante de PhD Bruno Véras criou um website sobre Mahommah Gardo Baquaqua em Inglês, Francês, Espanhol, Português e Hauçá (www.baquaqua.org). Do mesmo modo, Landers tem desenvolvido o Arquivo Digital de Sociedade Escravas, www.slavesocieties.org, que preserva por volta de 500,000 documentos das Américas que estão em perigo de ordem eclesiástica e secular, ligados aos Africanos e populações Afrodescendentes em Cuba, Brasil, Colômbia e outras partes das Américas. Enquanto muitos documentos datam dos séculos dezoito e dezenove, há também alguns documentos Cubanos do século dezesseis e documentos brasileiros do século dezessete. A coleção incorpora matérias de Córdoba na costa Caribenha da Colômbia e fontes eclesiásticas do Brasil e Cuba somam ao Projeto Latin American Microform de 1995 que passaram para microfilme, documentos em Havana e Matanças, Cuba, que desde então têm sido digitalizados. O conjunto de Glauce de anúncios de escravos em fuga resultou em “Le Marronnage dans le Monde Atlantique: Sources et Trajectoires de Vie.” Nielson Bezerra, após seu mandato como um Banting Fellow, tem conduzido pesquisas sobre Africanos Libertos no Brasil que contribui para o site organizado por H.B. Lovejoy sobre mais de 200,000 pessoas que foram retiradas dos navios negreiros no século dezenove , www.liberatedafricans.org. H.B. Lovejoy também gere www.slaveryimages.org que contém imagens de indivíduos e fornece contexto sobre a vida durante o período de escravidão. Hall e Hawthorne por sua vez possuem materiais biográficos em www.slave biographies.org, e Seck tem adicionado informações sobre todos os Africanos em Hayden Estate perto de Nova Orleans. Grande parte desse material tem sido combinado dentro da plataforma “Enslaved: Peoples of the Historic Slave Trade,” www.enslaved.org que possibilita pesquisas entre websites e bancos de dados. Cottias conduziu o programa Europeu (7th PCRD) chamado EURESCL “Comércio de Escravos, Escravidão, Abolição e seus Legados nas Histórias e Identidades Europeias” com um workshop em “vozes escravas” no Caribe, África Ocidental e Europa. O valor transatlântico desse projeto é que nosso time de pesquisa traz conhecimentos especializados e conjuntos de dados para o projeto como indicado pela Imagem 1 é apresentada no website do projeto. A maioria dos membros do nosso time tem acesso a dados e tem autoridade sobre conjuntos específicos de dados que têm sido recuperados ou que podem ser. Quatro membros do time (Chadha, Ladly, Fisher and An) possuem habilidades técnicas em humanidades digitais, que são essenciais para a implementação do projeto. Consequentemente, os membro do time trazem conhecimentos separados e sobrepostos sobre diferentes contextos transatlânticos e transnacionais que permitem acesso a fontes primárias e conhecimento especializado de regiões geográficas relevantes, períodos temporais e métodos de pesquisa para desenvolver nossa ferramenta de pesquisa para um banco de dados relacional e open source. Os LPI e PIs estão fornecendo liderança intelectual, coordenação desse projeto e informação bibliográfica extensiva sobre pessoas escravizadas. Nossos times nacionais têm trabalhado em biografias derivadas de testemunhos e fontes primárias no sudeste da Nigéria, Gana, Serra Leoa, Guiné e Senegal. Igualmente, Kolapo, Ojo e Salau têm acumulado materiais textuais extensivos da Nigéria. Landers, Mann, Le Glaunec, Hall e Seck tem materiais que referem a etnônimos para América Latina, Caribe e Luisiana – Landers se concentra em fontes eclesiásticas em Cuba, Colômbia, Flórida Espanhola, Brasil, República Dominicana, Cabo Verde e outros lugares. O foco de Mann são as ligações pessoais entre Lagos e Brasil; o trabalho de Le Glaunec sobre os anúncios de escravos em fuga em, Santo Domingo (Haiti), Guadalupe, Martinica, Jamaica e Louisiana, contém informação sobre etnicidade; enquanto Hall e Seck têm dados sobre a Louisiana durante as ocupações Espanholas, Francesas e Estadunidense. Nós estamos conscientes e temos acesso a materiais similares digitalizados dos Arquivos Nacionais, em Londres, os Registros Mistos da Comissão e outros repositórios. Coletivamente, os participantes têm acesso a extensivas documentações que serão extraídas para esse projeto. Deste modo, DATAS, aborda o desafio de identificar os Africanos escravizados e com a ajuda dos nossos times de pesquisa iremos compartilhar os resultados abertamente para que outros possam aprender com eles.
"Une prêtresse présentant une idole à un adorateur",Slavery Images: A Visual Record of the African Slave Trade and Slave Life in the Early African Diaspora. Image Source